Quem sente culpa?
Este é um pequeno trecho de aula de John Pierrakos, na segunda turma de formação de terapeutas em Core Energética, na Unipaz de Brasília, em outubro de 1999.)
Em 1993 John fez seu primeiro trabalho no Brasil, um evento com 250 pessoas, que deu origem a primeira turma de formação em Core. Foi aí que se começou a formar essa rede de força e luz, que queremos ampliar.
Uma pessoa que não está sintonizada no amor sente culpa. Todo mundo que mantém o coração fechado sente culpa. Não há culpa se vocês estão em busca da verdade. Se você tira a culpa do caminho, que é uma carga tremenda, você pode experimentar sentimentos lindos. Feche os olhos por um minuto e permaneça com os sentimentos delicados do seu peito…
O que você experimenta é outro nível da realidade. E esse nível da realidade é o mais difícil de todos. O guia de Eva Pierrakos diz que muitas vezes a tragédia maior é o medo e a não permissão do prazer e do amor. Não poder se entregar.
Todos nós quando chegamos nesse momento, muitas vezes matamos. É importante que a gente saiba disso que queremos amor e prazer. O que requer entrega, entrega à verdade interior, mas quando chegamos lá, paramos, encontramos desculpas, culpamos os outros. Cada vez dizemos: Ah! Tudo bem, da próxima vez… Encontramos justificativas racionais, culpamos os erros do parceiro ou da parceira e matamos a Vida dentro de nós. Muitas vezes uma outra parte nossa diz: Isso mesmo, mata! Não suporto os bons sentimentos, não agüento ser feliz, me sinto mais vivo quando sou negativo. É disso que trata a Core Energética. A medida que você é capaz de se entregar, você vai florescer.
Historicamente os povos da Terra sempre utilizaram ervas e minerais na cura do corpo, como os animais que sabem cuidar de suas feridas. Os tempos passaram e os religiosos dividiram com os cientistas o ser humano. Uns ficaram com a alma e os outros com o corpo e a mente consciente.
No início do século XX Freud revelou que a mente consciente é apenas uma parte de uma mente maior que é inconsciente. Depois de Freud veio Jung que definiu as leis da psique. Aluno de Freud, Reich procurou conectar a realidade física do corpo com as descobertas da psicanálise. Ele trouxe para terapia as dimensões psicológicas da personalidade e desenvolveu o conceito de defesas de caráter, introduzindo os aspectos dinâmicos dos bloqueios no corpo, em vez de só na consciência e na mente.
Reich procurou unificar o amor e a sexualidade, os sentimentos e a sexualidade, o amor e o corpo. Ele também percebeu que as pessoas tinham corpos diferentes e que o corpo não era apenas uma estrutura rígida, que era uma estrutura dinâmica e que retinha muitos sentimentos e muita energia. Então ele introduziu o conceito de energia e veio a chamá-la de orgone, a partir de sua explosão no orgasmo.
Reich descobriu também que a energia é universal, não está apenas no corpo, mas no universo, existindo então um campo de energia universal e um campo de energia humano.
Meu principal mestre foi Wilhelm Reich. Nasci na Grécia, em 1921 e mudei para os USA em 1940. Eu queria criar um novo direcionamento em medicina e para este propósito fui procurar e encontrei Reich, tornei-me seu cliente, aluno e colaborador, junto com o doutor Alexander Lowen. Lowen e eu trabalhamos muito e sistematizamos a Bioenergética, criando exercícios que se propõe a ajudar a liberar tensões crônicas por meio de movimentos apropriados e manobras com massagens, pressão controlada e toques suaves para relaxar contrações musculares. Uma maneira de entender a personalidade em termos do corpo, seus processos energéticos, emocionais e mentais. Mas eu sentia que faltava algo.
O encontro com Eva Pierrakos, com quem me casei, trouxe orientação para os anseios de minha alma, por meio das palestras do guia espiritual que ela canalizava. Trabalhando junto com seu guia, Eva desenvolveu o que chamou de Pathwork – o trabalho do caminho de auto transformação.