terapia Core Energetics

A Core Energetics é uma ponte entre psicologia e espiritualidade. É conhecida mundialmente como uma das primeiras abordagens psicoterapêuticas do ocidente a incorporar o aspecto espiritual do ser, a psicologia moderna e a psicoterapia corporal. Esta abordagem é experiencial, dinâmica e frequentemente evoca experiências corporais poderosas através de exercícios físicos, emocionais e espirituais, que tem por objetivo restaurar a integridade energética do seu sistema. 

O propósito do trabalho é alcançar um senso de autenticidade, enraizamento, poder pessoal e a experiência de viver a vida com o coração aberto. O processo é tanto uma modalidade de cura quanto uma profunda jornada espiritual. É um processo de integração de todas as partes do seu Ser, de todas as camadas da dinâmica energética da consciência que compõe sua presença humana, desde o corpo físico, até a sua essência. Core Energetics é, na realidade, um processo de tornar-se verdadeiramente o Ser Humano que você é.

A terapia em Core Energetics

  • A CORE ENERGETICS centra-se na saúde inata das pessoas e visa restaurar o funcionamento do todo, para que as partes danificadas também possam florecer.
  • A CORE ENERGETICS parte da energia correta da essência e não da correção de distorções ou doenças específicas.
  • O cliente dirige essa energia e, na verdade, cria o trajeto do trabalho.
  • O terapeuta leva uma lanterna à essência do cliente para iluminar a verdade mais interior, aquele EU SUPERIOR que o trajeto vai encontrar. A própria força vital do cliente dispersa a doença. Os atos e antídotos do terapeuta são importantes, mas não são fundamentais.
  • A dinâmica da ESSÊNCIA anula a tradicional relação médico-paciente, de superior para subordinado
  • Não podemos tocar a essência do cliente, a menos que o gesto parta de nossa própria ESSÊNCIA.
  • “O processo de limpar o caminho para o EU SUPERIOR é chamado de terapia porque esse é o termo mais próximo, na nomenclatura estabelecida, para descrevê-lo. Mas na verdade, considero o método como um processo de aprendizado da realidade interna, como uma ajuda para que a pessoa perceba e aja a partir da ESSÊNCIA.
  • A prática da CORE ENERGETICS exige que o terapeuta funcione como um professor e guia, não exclusivamente como clínico. Um educador sabe que cada pessoa possui dons únicos e utiliza os programa de aprendizado de forma única para desenvolver um plano único de vida. Não oferecem o plano, nem os dons / esses são do aluno. O mesmo vale para a CORE ENERGETICS.”
  • O processo terapêutico da Core Energetics pode ser conceitualmente dividido em quatro planos e quatro estágios:
  • Os planos são o corpo físico, as emoções e sentimentos, a mente e a vontade e a alma, o plano espiritual.
  • Os estágios começam com a periferia, o nível exterior da Máscara. Gradualmente a ênfase se desloca para o segundo nível, o Eu Inferior. A liberação dessa energia, curando as distorções básicas de cada pessoa, avança para o centro do Ser, o Eu Superior e então, no quarto estágio a orientação dos dons e talentos dessa Essência abre a revelação do plano/propósito de vida da pessoa.
  • Cada fase do trabalho envolve aspectos cada vez mais profundos de energia e consciência e abrange todos os planos de cada ser.
  • A energia aprisionada no corpo físico pelas nossas defesas como tensões musculares crônicas é o principal campo de trabalho no início do tratamento. O objetivo inicial é soltar os blocos de tecido enrijecidos e elevar a respiração. É o trabalho do corpo, mais que a expressão verbal, que proporciona a abertura para as distorções emocionais e psíquicas que forma os aspectos mais profundos da doença.
  • O cliente trabalha com movimentos em várias combinações a partir basicamente de Reich e da Bioenergética e técnicas corporais que foram evoluindo nas últimas décadas, do plano físico aos mais sutis. Em momento nenhum a pessoa é forçada além dos seus limites. Nesse trabalho as emoções geralmente irrompem com espontaneidade. As emoções liberadas vão sendo pouco a pouco compreendidas, ampliando a consciência, escavando os nós inconscientes de sentimentos e pensamentos. A tarefa de compreender como e porque as emoções se tornaram distorcidas.
  • Enquanto os aspectos físico e emocional do tratamento têm duas metas – explorar o conteúdo inconsciente e expandir a consciência – o foco conceitual da Core Energetics tem outro objetivo: substituir as intenções e conceitos negativos por outros, positivos.
  • Dizia John Pierrakos, sobre a prática da Core: “É um trabalho de transmutação, como o dos alquimistas”. E estimulava seus alunos e colegas: “O melhor terapeuta é aquele que pode mudar as crenças e integrar a consciência: ele é um transformador de crenças”.
    Essa matéria é composta de extratos do Livro Energética da Essência (John Pierrakos) e notas da aula que foram feitos por Lucia Helena, sendo de sua responsabilidade a escolha do material.

Essa matéria é composta de extratos do Livro Energética da Essência (John Pierrakos) e notas da aula que foram feitos por Lucia Helena, sendo de sua responsabilidade a escolha do material.

A Formação em Terapia
Core Energetics

A formação profissional em Core Energetics é projetada para treinar psicoterapeutas e terapeutas corporais. Pessoas interessadas em aprofundar seu processo de autotransformação também são bem vindas.

A Core Energetics (CE) é abordada na teoria e na pratica, com técnicas específicas da psicoterapia corporal. A estrutura teórica e as técnicas da CE têm aplicações para as áreas de saúde física, mental e de relações humanas: terapia individual, de casal, família e grupos, tanto como para musicoterapia, consultoria educacional e organizacional, cura, artes cênicas, etc. A ênfase do programa está na aceleração do processo evolutivo do homem através da pratica da psicoterapia corporal orientada para a essência espiritual e para o alinhamento com o propósito de vida. Pessoalmente a formação intensifica a expansão da capacidade de experimentar prazer e amor e a busca da verdade de cada um: a maior das fontes do trabalho do psicoterapeuta.

“Para cada pessoa o caminho é inteiramente único”

John Pierrakos

Assim como o objetivo da terapia é permitir o acesso da pessoa á plenitude de seu self, terapeutas de Core Estão sempre buscando uma conexão mais profunda com eles mesmos e com seu trabalho – reconhecer sua vida diária como a jornada espiritual que ela realmente é. Nesse treinamento você poderá aprender que a nossa evolução na terra é através de transformar as negatividades num movimento criativo. É um trabalho que parte do corpo, nervos, músculos e da memória celular até permitir o livre fluxo da essência em nossa totalidade.

“É um trabalho de transmutação como o dos alquimistas”

John Pierrakos

O Fundador - John Pierrakos

Especializou-se em psiquiatria, estudou e trabalhou com W. Reich. Criou com o Dr. Alexander Lowen, a Bioenergética. Foi o principal participante, com sua esposa Eva Pierrakos, da criação do Pathwork, um processo de auto transformação e evolução espiritual. Escreveu “Energética da Essência: Desenvolvendo a Capacidade de Curar e Amar” e também “Eros, Love and Sexuality”. Foi o primeiro terapeuta neo-reichiano a introduzir a dimensão da espiritualidade na psicoterapia corporal. Durante mais de trinta anos, dirigiu treinamentos nos USA, Europa e Austrália. No Brasil, formou duas turmas em Brasília e uma em São Paulo. .

John C. Pierrakos, M.D.,
Uma autobiografia curta ©

Eu nasci na Grécia no dia 8 de fevereiro de 1921. Minha terra natal, Neon Oitylon, é uma pequena vila no Mediterrâneo com praias arenosas e altas montanhas plantadas com bosques de azeitona. Era um lugar tranqüilo e bonito, mas era também uma terra de desentendimentos, uma terra de desunião.

O centro dos desentendimentos era a questão da sexualidade. Os homens defendiam a “honra” de suas mulheres matando uns aos outros. Nós chamamos isso de “machismo” e na Grécia eles chamam de “philotimo.” Crescendo naquela cultura sentia uma força nefasta sobre mim; a Igreja Ortodoxa Grega condenava a sexualidade – Você deveria sacrificar a carne para elevar o espírito

Eu era rodeado por mulheres: minha mãe, três irmãs mais velhas, primas e tias. Elas eram amorosas e cuidadosas e também algumas de suas necessidades batiam com as minhas – com isso me tornei dependente delas. Meu pai era ausente, sempre viajando para a Europa a negócios. Ele voltava pra casa depois de alguns meses, por alguns dias. Ele era o patriarca, muito sério e disciplinado; nunca brincou comigo ou disse que me amava. Eu sentia medo dele, medo que ele descobrisse o meu interesse sexual por algumas garotas a minha volta. Minha mãe era exatamente o oposto: ela me abraçava e expressava seu amor. Ela me chamava de “effendi,” uma palavra turca que significa mestre. Esse era um termo comum de carinho para o primeiro filho homem. Ela não tinha muita cultura, mas seu amor me deu segurança e, afinal, a habilidade de expressar livremente o meu amor por uma mulher.

Nós nos mudamos para Atenas quando eu tinha nove anos. Foi um choque sair de uma vila inocente para a vida na cidade. Lá não havia natureza, mar, pedras sobre as quais eu pudesse brincar, campos para passear. Me senti preso: estava tão furioso que chutava latas em todo o caminho para a escola. Jogava futebol com a mesma intensidade – chutava a bola direto de um gol ao outro. Tinha tamanha fúria e energia sexual frustrada que ninguém poderia me parar.

Em 1939 a Europa estava se preparando para a guerra. Minha irmã e seu marido moravam na cidade de Nova York. Ela me convidou para ir morar com elaeu tinha dezoito anos e ela queria me proteger. Logo depois da chegada em Nova York entrei na faculdade Columbia. Fiz o vestibular em francês porque mal sabia falar inglês. Quando descobri que os primos da Grécia estavam lutando na guerra, fui voluntário para voltar, mas o meu pedido nunca chegou a ser processado porque àquela altura tudo já estava em uma desordem sem esperança.

Na Columbia tinha que estudar duas vezes mais que os outros alunos, para alcançá-los no inglês. Comparando com a vida na Grécia, a liberdade aqui foi um choque. Em 1944, ainda estudando medicina, fui recrutado pelo Exército e me tornei um cidadão americano do dia para a noite! Depois que me formei decidi permanecer em Nova York (ao invés de voltar para a Grécia) e estudar para o meu Ph.D. em psiquiatria não havia nada que me oferecesse uma visão tão ampla da vida .

Eu me lembro da primeira vez em que me senti excitado com esse trabalho: eu tinha quinze anos, ainda ia para a escola em Atenas e tinha lido um artigo de uma revista sobre dois homens — Freud que tinha descoberto o inconsciente e Reich que tinha descoberto a “energia da vida.” O nome Reich não significava nada pra mim mas a minha curiosidade ficou atiçada: o que será essa energia da vida ? Anos depois, na cidade de Nova York, uma amiga me perguntou, “Você já ouviu falar de Wilhelm Reich?” Eu respondi, “Não.” Ela me sugeriu que lesse A função do orgasmo. Eu li, e pensei, “Nossa, isso é ótimo! Isso é um entendimento da vida em sua fonte.” Depois de conversarmos, ela me sugeriu que trabalhasse com ele. Respondi, “Quem, eu? Quem sou eu para trabalhar com esse gênio??”

Finalmente reuni coragem e liguei para Reich; ele tomou como cliente. E me levou ao inferno! Ele ridicularizou o bigode e o terno feito por um alfaiate que eu vinha usando naqueles dias. Quando eu disse que queria ver a energia orgônica, ele me levou para o seu laboratório no porão e me pôs no acumulador de orgone. Eu vi coisas estranhas, movimentos em espiral, raios e massas como neblinas Pensei que havia algo de errado com os meus olhos; estava decepcionado. Meu treinamento científico na escola de medicina não tinha me preparado para tal experiência!

Continuei trabalhando com ele mesmo me sentindo oprimido por sua autoridade, sua cara grande, sua voz poderosa como a do meu pai. Eu me sentia inferior; ele me provocava para trazer à tona minha raiva, minhas questões com a autoridade masculina. Nas sessões eu vestia apenas um short e ficava deitado no sofá. Ele me dizia “Você não está respirando!” É claro que eu não estava respirando. Eu estava duro de medo. Então ele me perguntava sobre a minha vida sexual enquanto observava o meu corpo. Ocasionalmente ele colocava a mão na área do bloqueio, meu abdome ou peito e dizia, “Respire rápido!” Ou me fazia mover a energia chutando ou balançando os meus braços. Nesse estágio do nosso trabalho ele não lidava com as questões da minha personalidade; ele estava apenas preocupado com movimentar a minha energia.

No final dos anos quarenta, Reich foi considerado uma ameaça pela Sociedade Americana de psiquiatria e outras. Eles pressionaram a FDA (organismo federal de controle de alimentos e medicamentos) para prendê-lo por transportar acumuladores de orgone através das fronteiras dos estados. Apesar de ser um membro do grupo e de acreditar na essência do seu trabalho, percebi que tanto ele quanto seus seguidores não estavam tomando as devidas providências quanto a esse problema. Eu não queria comprometer minha licença médica por uma causa que não era sustentável, então eu decidi me retirar. Chateou-me profundamente ter que sair naquele momento, porque Reich tinha tido um papel crucial na minha vida; ele tinha o fogo consigo e foi nisto que me conectei com ele.

Eu trabalhei com ele por dois anos antes de perceber que ele era o mesmo sobre o qual eu tinha lido na Grécia quando tinha quinze anos.

Depois de muitos anos como psiquiatra em um hospital de Nova York, me demiti e comecei uma prática privada em Greenwich Village, aonde eventualmente tinha a companhia de Alexander Lowen que eu tinha conhecido quando trabalhava com Reich. Eu já estava casado e tinha duas filhas.

Nos doze anos seguintes Lowen e eu desenvolvemos o que veio a ser chamado de Bioenergética. Ela era baseada no que nós tínhamos aprendido sobre energia e estruturas de defesa de caráter em nosso trabalho com Reich. Era muito emocionante experimentar com novas técnicas e conceitos. Nós trabalhamos corporalmente dos pés para cima e da cabeça para baixo, enraizando a personalidade tanto energeticamente quanto mentalmente.

À medida que o tempo passava, eu comecei a sentir que alguma coisa estava faltando na obra da minha vida. Meu casamento não estava indo a lugar nenhum – ele nunca desabrochou como uma flor completa, então nos separamos e depois nos divorciamos.

Por volta de 1964 um paciente me deu a transcrição de uma palestra de Eva Broch, um canal espiritual que, desde 1957, vinha dando palestras (enquanto em transe) sobre os aspectos espirituais do crescimento pessoal: a conexão do ego e da consciência universal: Amor, Eros e Sexualidade; unidade e dualidade e tópicos relacionados. Ela havia criado uma comunidade (Pathwork – o caminho da autotransformação) que estudava e praticava essas ideias. Depois de ler sua palestra eu sabia que precisava encontrá-la, porque ela estava transmitindo elementos que eu sentia que estavam faltando no meu trabalho.

Em nosso primeiro encontro seus olhos negros mandavam feixes de alma diretamente aos meus; ela tinha uma beleza vibrante, um ser magnífico. Ela era uma artista e uma dançarina. Rapidamente nós descobrimos a natureza complementar dos nossos trabalhos e ela começou a me dar sessões com o guia. Elas não eram terapia iam muito além disso. O guia avaliava os meus esforços criativos. Através dela ele indicava modos para que eu pudesse integrar e personalizar minha luta, meu trabalho. Era muito excitante e, claro, nós nos apaixonamos.

Alguns anos depois, Eva e eu estávamos casados e eu deixei a Bioenergética para desenvolver meu trabalho em nova direção. Aqueles anos com Eva foram os mais felizes de minha vida.

O nosso trabalho só nos aproximava; ela despertava o meu interesse na dimensão espiritual da consciência. Eu trouxe para o Pathwork a dimensão da energia como ela conecta o corpo e a personalidade com o self espiritual. Essa integração levou a um florescimento do nosso trabalho e nós o praticamos até a morte de Eva em 1979. Nosso amor, a maneira que nós cuidávamos um do outro, era precioso. Havia uma conexão profunda, entrega total. Ela era a minha alma gêmea, e eu era a dela.

Disso tudo, Psiquiatria, Reich, Bioenergética, o guia de Eva, Pathwork veio a Core Energetics. O trabalho com Eva me levou a substituir a ênfase dada no meu trabalho, das defesas para o self criativo, espiritual. Agora, como parto do amor e do respeito profundo pelas pessoas, as minhas intervenções conseguem atravessar as defesas de uma maneira rápida e clara. Sei, dentro do meu coração, o que estou fazendo e porque estou fazendo. Meu ego não está no trabalho da maneira que estava antes. Continuo trabalhando com as minhas questões em relação á autoridade, invisto em me libertar para ser mais ousado.

Eu anseio ver a Core Energetics desabrochar de muitas outras maneiras para ajudar a unificar a divisão entre psicologia, religião, ciência e vida pessoal. Meu trabalho é alcançar a profundidade da entidade humana. Ajudar a pessoa a se abrir, se transformar, mover-se!

Extraído do livro Eros, Amor e Sexualidade de John C. Pierrakos, copyright © 1997, editora LifeRhythm.

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